O Photo-Secession foi um grupo dissidente do Pictorialismo criado no EUA. Liderado por Alfred Stieglitz (1864-1946), o movimento foi formada em 1902 e defendia que que a fotografia não podia se resumir à encenação de um objeto em frente câmera. O objetivo, em suma, era reunir e divulgar praticantes do pictorialismo, para que a prática pudesse promover seu reconhecimento como meio de expressão artística.
No entanto, os padrões estéticos e temáticos dos grupos se afastaram gradualmente com a aproximação do Photo-Secession da vanguardas modernistas. Os membros da recém-criada corrente deixariam as imagens baseadas na pintura clássica (idílica e atemporal) utilizadas pela pintura clássica dos pictorialistas para criarem visnoes contemporâneas, mais ligadas ao cotidiano urbano e mecânico que começava a ser valorizado nos anos 20. Além disso, algumas fotos apresentam geometrismos e pouca profundidade, selando de vez os laços com a pintura abstrata, que surge também nessa época.
A escolha dos membros do Photo ficavam ao encargo das variações de humor de Stieglitz, que aceitou, por exemplo, Gertrude Käsebier, mas rejeitou Chareles Berg. Apesar de polêmica, a curadoria de Steglitz alçou de vez a arte fotográfica americana no universo das artes - apenas em 1904, o Photo Secession fez 400 exposições na Europa.Em 1905, por sugestão de Edward Steichen, o grupo aluga uma pequena sala no número 291 da Quinta Avenida, em Nova York, que se transforma na Galeria 291, onde Stieglitz expõe não apenas fotos, mas também desenhos, pinturas, esculturas e objetos de artistas como August Rodin (1840 - 1917), Henry Matisse (1869 - 1954), Marcel Duchamp (1887 - 1968) e, pela primeira vez nos Estados Unidos, obras de Pablo Picasso (1881 - 1973). O pioneirismo fez da Galeria 291 um ponto de referência para todos os que se interessam por arte moderna no período.
Cartaz de Exposição do Photo-Secession Imagem urbana de Steichen
Outra tacada de mestre de Stieglitz foi a criação da Camera Work, uma revista luxuosa dedicada à publicação de imagens e monografias tanto de integrantes da Photo-Secession quanto de pictorialistas europeus como Robert Demachy (1859 - 1938) e de fotógrafos do século XIX, até então pouco conhecidos, como Margaret Cameron (1815 - 1879) - a edição foi publicada de 1903 a 1917, quando entrava em voga um novo movimento, bastante influenciado pelos instantâneos do Photo Secession: o straight photography (que também abordaremos nesta série sobre Foto-Arte).
Edição da Revista Camera Work
O grupo se dissolveu em 1910, pois muitos artistas estavam cansados do comando autoritário de Stieglitz. Seis anos depois, fotógrafos como Käsebier, White, Coburn e outros formaram uma organização chamada Pictorial Photographers of America(PPA). Um ano antes, Stieglitz havia formalizado a dissolução do Photo Seceession, embora o grupo há muito só existisse em nome.
Nos anos 20, o estilo de Alfred Stieglitz mudaria bastante - com uma temática mais ousada, ele quebraria de vez a concepção do que era "fotografável e de como isso poderia ser feito.
Retrato de R. (1923) - Alfred Stieglitz
Uma de suas fotos masi famosos (abaixo), foi tirada em 1919, e entrou para a história das artes como uma das mais cara fotografias sobre papel já leiloadas: Georgia O'Keeffe (Hands) foi vendida por nada menos que U$$ 14 milhões.
Georgia O'Keeffe (Hands) - (1919) - Alfred Stieglitz